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sábado, 2 de fevereiro de 2008

O galo já cantou, mas aonde?

Há pessoas na Capoeira, notadamente na Capoeira angola, que tentam veicular entendimento da Capoeira sob ótica politizada, libertária, às vezes revolucionária mesmo, identificando o jogo da Capoeira como atividade de quilombos.

Seria até louvável se alguém conseguisse estruturar uma teoria política ou uma ideologia da Capoeira nessa linha , digamos, politicamente correta.

Infelizmente, porém, afora o fato de que o Jogo da Capoeira é meio de resistência cultural afro-brasileira, o discurso referido nos parágrafos anteriores é sempre vago, não convincente, de quem ouviu o galo cantar e não sabe aonde.

Nem poderia ser diferente, pois o Jogo da Capoeira só pode ser definido como um jogo de estratégia de movimentos corporais entre dois parceiros. Querer que a Capoeira seja mais do que isso é perfeitamente possível, mas requer argumentação mais sólida do que a usualmente apresentada pelos aspirantes a Dom Quixote da Capoeira libertação.

Isso tudo, porém, revela um problema que considero bastante sério. Querer caracterizar a Capoeira Angola tomando por base uma perspectiva pseudo política é tão errado quanto definir o Jogo de Angola em termos das boas intenções dos praticantes. Tais erros podem decorrer da simples ignorância ou ter origem na má fé. Em ambos os casos trazem prejuízo a todos, capoeiristas ou não.

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